
Conheça as principais ferrovias do Mato Grosso
A base da economia do estado do Mato Grosso é formada, sobretudo, por dois setores: a pecuária e a agricultura. Mesmo possuindo o maior rebanho bovino do país, com cerca de 32,7 milhões de animais em 2020, a sua principal atividade econômica é a produção e exportação de grãos. Isso torna as ferrovias Mato Grosso uma das mais importantes rotas da malha ferroviária do Brasil.
A soja é o que mais se destaca. Segundo um censo divulgado pelo IBGE, o Mato Grosso ainda se mantém como o estado brasileiro que mais produz soja, atingindo por volta de 35 milhões de toneladas, o que foi 28,8% da produção nacional deste grão em 2020.
A produção de milho também é fundamental na economia do estado. O seu cultivo supera as 33 milhões de toneladas, colocando o Mato Grosso como o principal produtor desse grão no país.
Para além dos grãos, outra planta que depende do seu transporte através das ferrovias Mato Grosso é o algodão. Nesse caso, o estado também é o líder nacional de produção, detendo quase 70% do seu cultivo total no país.
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Ampliação da Malha Norte e as Ferrovias Moto Grosso

Visto que o cenário econômico do estado depende muito dos meios de transporte para viabilizar a exportação de produtos, algumas medidas estão sendo tomadas para otimizar as ferrovias Mato Grosso.
Como uma maneira de impulsionar o agronegócio no estado de Mato Grosso, a Rumo Logística fechou um contrato em setembro com o governo do estado, garantindo a extensão da Malha Norte. O projeto indica que esta ferrovia, que atualmente liga o Porto de Santos (SP) até o município de Rondonópolis (MT), se ampliará em 730 km, com um investimento estimado em R $11 bilhões.
Partindo de Rondonópolis, os novos trilhos serão direcionados por dois ramais: um até a capital do estado, Cuiabá (MT), e o outro até Lucas do Rio Verde (MT), passando por Nova Mutum (MT). O objetivo da extensão é conectar uma das maiores regiões produtoras de grãos, que é o estado de Mato Grosso, até um dos maiores polos consumidores, que é o Sudeste.
A data esperada para o início das obras é até o começo de 2023, sendo que a sua conclusão está prevista para algum momento entre 2028 e 2030. Além disso, a Rumo Logística indica que essa extensão das ferrovias Mato Grosso resultará no surgimento de 230 mil vagas de emprego.
Essa ampliação chama a atenção em meio ao setor ferroviário por causa de duas novidades. Em primeiro lugar, a construção das novas vias seguirá um regime de autorização. Antes deste contrato, a realização de obras ferroviárias públicas eram delegadas a empresas particulares através de um acordo de concessão. Já no caso da autorização, todo o planejamento e a construção será responsabilidade da empresa, sendo que o Estado apenas ficará encarregado de fiscalizar as normas de segurança, o que permite uma maior autonomia para a empresa responsável.
Outro aspecto que torna este projeto inédito é que esta será a primeira ferrovia estadual do Mato Grosso. O CEO da Rumo Logística, João Alberto Abreu, afirma que, apesar disso, outras companhias ferroviárias poderão utilizar as novas vias para o transporte de cargas, contanto que paguem um valor conhecido como “direito de passagem”.
Ferrogrão

A Ferrogrão, ou EF-170, é um projeto de construção de ferrovias Mato Grosso que, diferentemente da ampliação da Malha Norte, é administrado pelo governo federal. Esse projeto começou a ser desenvolvido em 2016 como uma forma de reduzir os custos logísticos envolvidos no transporte de grãos.
Inicialmente, o plano da Ferrogrão era conectar o Mato Grosso e o Pará, mais especificamente, construir terminais e ferrovias entre Sinop (MT) e Porto Miritituba, localizado no município de Itaituba (PA). Totalizando 933 km de extensão e custando cerca de R $12 bilhões, o trecho ferroviário tem o propósito de facilitar o escoamento de grãos da região Centro-Oeste até as zonas portuárias do Pará, promovendo a logística do chamado Arco Norte.
Além disso, a construção dessas ferrovias pode diminuir a dependência no sistema rodoviário para o transporte de produtos entre as regiões. Visto que as obras rodoviárias são mais invasivas que as ferrovias, essa também seria uma forma de reduzir os impactos ambientais no bioma amazônico.
O projeto de concessão da Ferrogrão foi protocolado em 2020, porém, encontrou obstáculos judiciais e foi suspenso em março de 2021. A principal razão para a paralisação é que a realização da nova ferrovia só foi aprovada porque foram alterados os limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, através de uma Medida Provisória. Já que essa é uma área de conservação federal, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, suspendeu a medida, com a justificativa de que essa alteração só pode ocorrer mediante a um projeto de lei.
Ferrovia de Integração do Centro-Oeste
Entre as principais ferrovias Mato Grosso está a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, também conhecida como FICO. O projeto tem o intuito de promover o desenvolvimento econômico do Brasil, principalmente aquele ligado à produção e exportação de grãos, como a soja, o milho e o feijão.
Além disso, a FICO irá interligar as ferrovias Mato Grosso à Ferrovia Norte-Sul e também fará parte do projeto da Ferrovia Transcontinental, que propõe conectar o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, favorecendo o transporte marítimo para a Ásia e o Oriente Médio.
Ao todo, o projeto planeja a construção de cerca de 1500 km de trilhos, sendo que ela será dividida em três trechos. O primeiro, que iniciou as obras em setembro de 2021, conecta o terminal de Mara Rosa (GO) ao de Água Boa (MT): uma extensão de 383 km. O segundo trecho, de 505 km, prolongará a ferrovia de Água Boa até Lucas do Rio Verde (MT). O terceiro, de Lucas do Rio Verde até Vilhena (RO), adicionando 646 km à linha.
Foram destinados R $2,7 bilhões para as obras do trecho inicial, sendo que a sua inauguração está prevista para 2024. Além disso, o projeto estima gerar cerca de 4,6 mil empregos.
Conclusão sobre ferrovias Mato Grosso
Depois de entender que o Mato Grosso é um dos estados principais na produção de grãos e outros alimentos, a construção de novas ferrovias que visam otimizar o escoamento desses produtos é fundamental para o seu desenvolvimento econômico. Visto que os novos projetos conectam áreas produtoras às regiões portuárias, o investimento nas ferrovias Mato Grosso pode ser uma grande oportunidade de favorecer tanto a exportação interestadual quanto à internacional.
Fontes:
https://portal.antt.gov.br/ferrograo-ef-170