Ferrovias

Ferrovias do estado de São Paulo: descubra tudo sobre

O estado de São Paulo é o polo industrial e consumidor do Brasil. Isto se deve, em parte, aos investimentos passados no setor de transporte e a distribuição de uma malha ferroviária do interior paulista até outros estados. Aos poucos, elas também serviram como meio de locomoção urbano, até que a lógica de tráfego das cidades adotasse a dependência quase completa de veículos automotores. Descubra a seguir mais sobre as ferrovias do estado de São Paulo.

As ferrovias do estado de São Paulo, que antes dominavam o transporte, têm apenas uma parcela da locomoção dos produtos industrializados e do agronegócio. Competindo com o modal rodoviário, os trens ainda despertam o interesse do setor como uma alternativa para o futuro, tratando da economia energética e a praticidade que a sua capacidade com cargas apresenta.

Contextualização

ferrovias do estado de são paulo - locomotiva antiga

Na primeira metade do século XIX, o estado de São Paulo estava expandindo a produção de café, de maneira que esta se tornou a sua principal indústria por décadas e, por isso, demandou tecnologias para o escoamento de seus produtos para outros estados brasileiros.

Entretanto, foi a exportação que potencializou a indústria cafeeira e transformou São Paulo em um polo industrial para a época. É importante lembrar que não havia rodovias que conectam os extremos brasileiros ou que dessem acesso aos portos para o transporte marítimo.

Com o surgimento desta necessidade, somada à iniciativa do investimento em estradas de ferro no Brasil, ferrovias importantes foram construídas em São Paulo, como a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro e a São Paulo Railway. 

Esta última, foi fundada a partir de 1867 e atraiu trabalhadores de todo o país para ser construída, com a finalidade de unir o planalto paulista à costa sudestina. A linha férrea São Paulo Railway ligava a cidade de Jundiaí à de Santos, onde há um dos portos mais importantes do país.

Desde a sua fundação, 18 linhas férreas foram construídas com passagem pelo estado, até a década de 1930. Elas atingiram o seu auge no século XX, antes do investimento em rodovias começar. O seu uso, que era voltado principalmente para o transporte de alimentos e tecnologia, se tornou mais urbano, o que contribuiu para o crescimento de muitas cidades do interior do estado.

A ferrovias foram privatizadas durante os anos 90 e há algumas décadas já não haviam mais linhas urbanas em atividade. Uma exceção foi a Estrada Ferro-Santos, que teve parte do seu trajeto incorporada à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Transporte e importância das ferrovias em São Paulo

ferrovias do estado de são paulo - trem de carga

Mesmo com o investimento no transporte rodoviário nas últimas décadas, as ferrovias do estado de São Paulo ainda transportam produtos de alto valor para o agronegócio e a indústria brasileira. Produtos siderúrgicos, minério de ferro, calcário, cimento, cal e carvão mineral são exemplos do que tem movimentado e aquecido o transporte ferroviário, principalmente no corredor São Paulo-Rio de Janeiro, o maior polo industrial do país e da América Latina.

Apesar da concentração da malha ferroviária se localizar no sudeste, ainda há conexões com as linhas internas do norte e nordeste do país. O corredor de exportação agrícola ocorre pela junção das ferrovias do estado de São Paulo com a Malha Norte, no qual grãos a granel como a soja e o trigo são produtos comuns. Derivados da cana-de-açúcar também têm alta demanda no mercado nacional e dependem deste trajeto. 

Em relação à modalidade rodoviária, os trens ainda oferecem inúmeras vantagens. A incidência de furtos, roubos e acidentes é baixa, se comparada com os números em rodovias. Além dos padrões de qualidade que os trilhos precisam atender para os trens operarem. Com as rodovias ao longo do país, este padrão decai e disparidades podem ser encontradas. Outras vantagens são a economia de energia em deslocamentos a grandes distâncias e a capacidade elevada de transporte.

Situação atual das ferrovias do estado de São Paulo

situação atual das ferrovias de são paulo

Antes de pertencer à iniciativa privada, as ferrovias foram unificadas em uma grande estatal, a FEPASA. Operando entre 1971 e 1998, ela unificou a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a Estrada de Ferro São Paulo e Minas, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro e outras companhias pertencentes à malha paulista. 

Impossibilitada de manter a sua operação por falta de investimento, a iniciativa foi cancelada e o Programa Nacional de Desestatização de 1992 declarou a repartição das linhas em empresas privadas, que ainda realizam o serviço público de transporte de modal ferroviário. A Estrada Ferro-Santos, cujo um pequeno trecho pertence à CPTM, ficou sob a responsabilidade da MRS Logística.

Assim, as ferrovias do estado de São Paulo, como a Ferrovia Centro-Atlântica, que se conecta ao centro e o nordeste foi adquirida pela Vale, mais especificamente a VLI Logística. Enquanto isso, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste foram para a Rumo Logística, empresa que possui a maior extensão de linhas ferroviárias do país, no qual, mais de 14% estão localizadas em São Paulo.

Atualmente, o governador João Dória anunciou o seu plano de retomada da economia envolvendo as ferrovias do estado de São Paulo. Com um investimento de R $6 bilhões, a sua meta é aumentar a capacidade de transporte de 35 milhões para 75 milhões de toneladas ao ano. Com o aquecimento do setor, o governo estadual também aponta para um aumento direto e indireto no número de empregos. 

Conclusão

Até aqui vimos que o surgimento das ferrovias do estado de São Paulo esteve ligado à indústria e ao agronegócio, setores de extrema importância para o Brasil, mesmo nos tempos atuais. 

Depois de um auge que diversificou o uso das linhas férreas, as ferrovias do estado de São Paulo passaram por desativações em trechos específicos e foram unificadas, até que surgiram as iniciativas para desestatizá-las. Ainda sim, este modal de transporte é relevante para economia nacional e desperta o interesse de investidores, graças à sua capacidade de transporte com alto rendimento energético e a eficiência dos trilhos no exterior.

Fontes:

https://www.investe.sp.gov.br/por-que-sp/infraestrutura/ferrovias/

http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/temas/sao-paulo/sao-paulo-infraestrutura-de-transportes.php

http://www1.dnit.gov.br/ferrovias/historico.asp

https://www.saopaulo.sp.gov.br/noticias-coronavirus/malha-ferroviaria-de-sp-tera-aporte-de-r-6-bilhoes-e-geracao-de-134-mil-empregos/

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