Ferrovias

Saiba quais as ferrovias ativas no Rio Grande do Sul

O setor ferroviário sempre teve sua importância na história do desenvolvimento industrial no Brasil, contribuindo para o transporte de cargas e materiais há pelo menos um século. Porém, sua importância atualmente pode aumentar, visto que certas instalações como as ferrovias ativas no Rio Grande do Sul podem significar uma alternativa significativa no escoamento de cargas tanto brasileiras quanto internacionais.

Apesar das concessões ao setor rodoviário que dominou grande parte do setor de transporte de cargas no Brasil nos últimos 60 anos, o governo sempre contou com uma participação importante do setor ferroviário que chega a transportar, atualmente, em um conjunto de malhas ferroviárias que combinadas possuem mais de 30000 km de rotas destinadas unicamente para carga e produção. No Rio Grande do Sul, onde há malhas conectadas no estado e em países adjuntos, a malha chega a cobrir 3260 km.

Porém, como veremos mais adiante, se não forem tomadas as devidas medidas, o Estado perderá a oportunidade de enfim retomar adequadamente o setor ferroviário e de fato utilizá-lo em sua total capacidade de escoamento.

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Panorama das ferrovias ativas no Rio Grande do Sul

Saiba quais as ferrovias ativas no Rio Grande do Sul

Atualmente as ferrovias ativas no Rio Grande do Sul cobrem por volta de 2000 quilômetros de malha ferroviária. Entretanto, isso não representa a sua totalidade, visto que mais de 1200 quilômetros não estão em uso.

Grande parte do setor é dedicada ao transporte de cargas, assim como em todo o país, mas os trens também são um meio de transporte de pessoas no estado, com a existência do Trem do Vinho, controlado pela empresa turística local chamada Giordani.

Em 2013, um projeto com o objetivo de prolongar as malhas tanto no sentido internacional como no sentido Norte-Sul do país foi proposto. Porém, assim como no resto do Brasil, as ferrovias ativas do Rio Grande do Sul continuaram sofrendo com os entraves causados pelo monopólio das rodovias e do ampliamento urbano.

Principais Ferrovias ativas no Rio Grande do Sul

Principais Ferrovias ativas no Rio Grande do Sul

Responsável por 8,8% do transporte de cargas em 2015 no Estado, as ferrovias ativas no Rio Grande do Sul contam com cinco trechos importantes: Roca Sales – Ponta Grossa, Porto Alegre – Uruguaiana (internacional), Cruz Alta – Santa Maria, Cacequi – Rio Grande e Triunfo – Passo Fundo. 

Entre os principais produtos transportados estão: soja, combustíveis, produtos agrícolas, açúcares, produtos de extração vegetal, containers, adubos, fertilizantes e produtos industrializados para construções civis como cimento. Em 2019, foram transportadas mais de 22 milhões de toneladas úteis de carga.

Pontes Ferroviárias do Rio Grande do Sul

Pontes Ferroviárias do Rio Grande do Sul

Com pontes que vão de 200 até mais de 1500 metros, as ferrovias ativas do Rio Grande do Sul possuem trechos que cortam áreas onde até mesmo as rodovias não podem alcançar.

O maior exemplo é a ponte de Cacequi, que por um bom tempo possuía o título de maior ponte da América Latina. Pertence ao trecho Porto Alegre – Uruguaiana, foi construída na década de 30 e demonstra o potencial que essas pontes dão para o transporte limpo e econômico que pode ser a ferrovia.

Outras pontes das ferrovias ativas do Rio Grande do Sul são: Ponte do Canal de São Gonçalo – Pelotas, Ponte Ferroviária do Barreto Triunfo, Ponte Ferroviária do Rio Pelotas – Bom Jesus, Ponte Rodoferroviária Brochado da Rocha – Muçum, Ponte Rodoferroviária de Marcelino Ramos, entre outras.

Modernização das Ferrovias

Modernização das Ferrovias

Há alguns anos, desde a década passada, existem algumas tentativas de tirar do papel o projeto de ampliação das ferrovias Norte-Sul, algo que seria do interesse do país inteiro visto as possibilidades de conexão e modernização das cargas transportadas dentro e fora do país. Porém, devido a dificuldades causadas pelo avanço urbano, pelo bloqueio rodoviário e pelas privatizações, existe uma incerteza a respeito de quando projetos como esse realmente terão um futuro concreto.

Apesar da privatização dos trechos das ferrovias ativas do Rio Grande do Sul, adquiridas pela ALL (América Latina Logística) e fundida em 2013 com a Rumo Logística, e da operação chama Rumo Malha Sul que tem concessão para acontecer até 2027, ainda não há um projeto concreto de estabilização dos trechos desativados, nem de um ampliamento aprovado que poderia definir novamente a infraestrutura do setor.

Investimentos futuros nas ferrovias ativas do Rio Grande do Sul acabam dependendo tanto do setor privado que agora organiza sua situação, como do governo e do Estado que precisa compreender a urgência das concessões e diminuir o monopólio constrangedor das rodovias. O setor ferroviário apresenta aumento de carga transportada, porém, a cada ano passa por cortes e entraves. As concessões federais que deveriam ajudar o sistema na verdade reduziram os trechos.

Conclusão

A conclusão que se chega da atual situação das ferrovias ativas do Rio Grande do Sul é que apesar de um ampliamento causado pelo setor privado, apesar de ser a ponte principal entre as bordas internacionais e nacionais do país, apesar dos diversos projetos de retomada da malha Norte-Sul, ainda há um grande descaso com as possibilidades desse meio de transporte dentro da economia brasileira.

Há ainda um conflito rodoviário que é prejudicial ao sistema ferroviário, talvez os trechos do estado sulista sob os projetos futuros da Rumo Malha Sul demonstrem como há algo inexplorado no que hoje, apesar de ser um meio de transporte esquecido entre os brasileiros comuns, ainda sim representa aproximadamente um décimo do transporte de carga (tanto rural como industrial) para o estado.

As características únicas das ferrovias ativas do Rio Grande do Sul como suas pontes que acessam áreas de difícil contorno e sua antiga história de construção patrimonial já deveriam ser exemplos suficientes para a existência e prolongamento do setor ferroviário, mas como aponta a situação econômica geral do país com seus problemas que vão de escassez de combustível até aumento do preço de produtos importados, talvez seja a hora do Estado finalmente entrar em acordo com um sistema de transporte desvalorizado e com alta capacidade de escoamento na produção estadual e nacional.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Transportes_do_Rio_Grande_do_Sul

https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/geral/ferrovias-ga%C3%BAchas-s%C3%A3o-as-mais-r%C3%A1pidas-do-pa%C3%ADs-1.191390

https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/ferrovias

http://www.al.rs.gov.br/FileRepository/repdcp_m505/CED/Ferrovias%20RS%20_%2022.04.13.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tronco_Principal_Sul

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