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Ferrovias argentinas: Entenda sua história e uma possível integração com o Brasil

Com a maior malha ferroviária da América Latina, superando até mesmo a brasileira, a Argentina que já foi uma das maiores na indústria das ferrovias, atualmente se encontra em um dilema que envolve também o Brasil: a continuação do projeto de ferrovias argentinas é viável?

Com uma malha que atualmente possui 4 mil quilômetros a mais de trilhos que o Brasil, com 34 mil quilômetros ativos, a Argentina é um dos países mais importantes na integração econômica sul americana, de maneira que essa integração pode vir a se tornar geográfica e logística.

História das ferrovias argentinas

ponte ferroviária

A história das ferrovias argentinas começa de maneira similar às francesas e americanas. No século XIX, com o início da política de abertura das empresas privadas para a criação de ferrovias, o principal meio de construção era através de empresários independentes. Depois disso, no início do século XX, foi passada a responsabilidade para o Estado, assim como em várias outras partes do mundo, de maneira que o governo passou a ter o controle das regiões públicas atravessadas e geradas pelas estações ferroviárias.

Porém, assim como no Brasil, isso demonstrou ser um grande problema para as ferrovias argentinas, pois com a gestão estatal, a diminuição de seu uso foi incentivada. Perdendo mais de 10 mil quilômetros de malha ferroviária, a situação foi ficando ainda pior com o uso desenfreado de rodovias, que hoje dominam quase todo o continente americano.

Ainda sim, esse não parece ser o fim das ferrovias argentinas, pois se assimilando ao Brasil, ambos setores ferroviários passaram para as mãos do setor privado novamente, e na década de 1990, finalmente começaram a surgir novos projetos de reativação e ativação de linhas e conexões nas principais áreas do país.

Com essa oportunidade geográfica de se situar logo ao lado das grandes malhas brasileiras, a histórias dos últimos anos traz uma esperança de conexão entre as grandes ferrovias sul americanas.

Ferrovias ativas

locomotiva em ferrovia argentina

Com a renovação feita através de investimento internacional recentemente, as ferrovias argentinas ativas podem se tornar ainda maiores no futuro. Com um projeto, assinado em 2013, o objetivo é retomar as ferrovias ativas que chegam a atingir mais de 9 mil quilômetros de trajeto e ampliar isso para mais 1600 quilômetros.

Esse projeto é importantíssimo, pois o transporte feito nas ferrovias argentinas é vital para a distribuição adequada de grãos no país, principal commodity produzido e levado por esse setor.

Possível integração sul americana

construção de novas vias

Por isso, uma possível integração entre as ferrovias argentinas e as ferrovias sul-americanas parece se tornar cada vez mais viável no futuro. Trata-se de um projeto já sondado por investimentos internacionais, como já citado, que pode chegar a juntar mais de oito milhões e meio de dólares para fundos.

O motivo por trás dessa ideia, está no fato de que a Argentina já possui corredores de exportação conectados ao Brasil e ao sul do país, local onde é maior o fluxo ferroviário e que o transporte de grãos já acontece por meio de iniciativas privadas.

Portanto, somente através da superação das más políticas e das intervenções do Estado, que causam problemas para a administração do setor ferroviário, será possível então a fundação de algo tão ambicioso como a junção de ferrovias argentinas e brasileiras.

Se bem sucedidas às recentes empreitadas com os investimentos internacionais, talvez não seja tão difícil atrair mudanças capazes de angariar grande expansão econômica.

Capital externo nas ferrovias argentinas

paisagem de ferrovias argentinas

Sabemos que as ferrovias argentinas precisam urgentemente de financiamento externo. Financiamento capaz de arcar com os custos iniciais do projeto, conectando os países eficientemente, trocando as malhas, ajustando o setor de comunicação (que na Argentina até pouco tempo era feito por sistemas ultrapassados).

A China e o Brasil já se encontram no caminho de participar desse financiamento, e muito disso se dá ao fato de que esses países aproveitarão muito a conexão proposta, gerando preços mais baixos, maiores facilidades de transportar produtos que sofrem de perecimento, aumento da relação econômica internacional, além da diplomacia gerada por renovar um sistema de transporte tão importante como as ferrovias argentinas.

Conclusão sobre as ferrovias argentinas

As ferrovias argentinas precisam receber a atenção devida tanto do setor público como privado, pois o seu potencial de retorno é grande, pois ao compreender que com um sistema ferroviário conectado a outros países, é de extrema importância e que só será realizado se houver um financiamento e apoio internacional.

Por isso é importante que seja comentado e argumentado sobre o potencial que uma conexão sul americana pode trazer, e convencer os investidores que será uma excelente maneira de retorno financeiro e logístico para ambos os países e também para o comércio internacional de commodity.

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Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_ferrovi%C3%A1rio_na_Argentina

https://memoria.ebc.com.br/noticias/internacional/2013/06/ong-argentina-diz-que-all-abandonou-malha-ferroviaria-argentina

http://www.abphe.org.br/arquivos/2015_ivanil_nunes_-argentina-e-brasil-ferrovias-e-ferroviarios-diante-do-fim-de-linha.pdf

https://portogente.com.br/noticias/transporte-logistica/95651-argentina-contrata-brasileira-para-modernizar-ferrovias

https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/10014/1/RB%2031%20Ferrovias%20Sul-Americanas_A%20Integra%C3%A7%C3%A3o%20Poss%C3%ADvel_P_BD.pdf

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