
Construção de ferrovias no Brasil: quais são os novos investimentos?
Historicamente, as ferrovias brasileiras sempre tiveram uma importância muito grande para o desenvolvimento das regiões. O uso das linhas ferroviárias como meio de transporte de produtos e materiais obtidos em diversas áreas tornou possível o avanço em diversos setores, como o da agricultura e o da exploração mineral. Infelizmente, o Brasil enfrenta há muito tempo alguns problemas no uso das linhas ferroviárias, o que fez com que uma boa parte da construção de ferrovias no Brasil fosse deixada de lado.
De uns anos para cá, o governo e diversas empresas voltaram a investir fortemente na construção de ferrovias no Brasil, revitalização de linhas e desenvolvimento do transporte ferroviário. Segundo apontamentos, as concessionárias ferroviárias já investiram cerca de 50 bilhões de reais nas últimas duas décadas até meados de 2015, para a estruturação e para a construção de ferrovias no Brasil. Já a perspectiva de verba pública destinada a esse setor, segundo o Ministério de Infraestrutura, divulgada no início do ano, gira em torno de 30 bilhões de reais para os próximos anos.
O aumento do investimento recente nas ferrovias é essencial para a melhoria desse importante meio de transporte que favorece tanto pessoas como mercadorias. Mas, você sabe quais são esses novos investimentos e de que maneira eles estão sendo aplicados?
A partir de agora passaremos a discutir sobre as possibilidades que os trens podem voltar a oferecer, identificando onde são feitos os investimentos e como eles têm o poder de mudar a perspectiva da construção de ferrovias no Brasil.
Índice do Conteúdo
Por que investir em construção de ferrovias no Brasil?

Antes de falar diretamente das novas construções ferroviárias, é importante entender o porquê está ocorrendo um aumento considerável nos investimentos em construção de ferrovias no Brasil.
O setor ferroviário já foi o principal meio de transporte e abastecimento de diversas regiões. Mas, com o passar do tempo, foram surgindo novas possibilidades que também se tornaram atrativas, como o uso massivo do setor rodoviário. A troca do meio ferroviário pelo rodoviário acarretou em uma queda de novos investimentos realizados nesse setor e, consequentemente, no abandono de uma grande quilometragem de linhas ferroviárias. Segundo dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), atualmente, apenas 15% dos transportes de cargas são realizados nas ferrovias – uma porcentagem que está muito abaixo em relação aos dados registrados em outros países mais desenvolvidos.
Para atingir patamares de desenvolvimento de países chamados do “primeiro mundo”, voltar a investir no setor ferroviário se tornou uma necessidade, e os governos estão mais atentos a essa meta. Além disso, os veículos de transportes ferroviários, que são os trens, apresentam uma série de vantagens em relação aos outros veículos de movimentação de cargas, como os caminhões. Conheça algumas dessas vantagens:
- Maior carga em um só veículo;
- Maior rapidez no transporte;
- Controle mais efetivo das atividades durante os percursos;
- Benefícios ambientais.
A intenção de realizar novos investimentos na construção de ferrovias no Brasil visa a ampliação total do tamanho da linha férrea brasileira e, consequentemente, o aumento da porcentagem de cargas transportadas por esse setor. Algumas obras já estão em andamento e podem ser vistas por diversas regiões do Brasil. Conheça agora quais são essas novas obras que estão em andamento e outras que estão em fase avançada de planejamento e prestes a sair do papel!
Fiol (Ferrovia de Integração Leste-Oeste)

A construção de ferrovias no Brasil tem como objetivo proporcionar a conexão entre as diversas regiões, por meio de um percurso construido por acabamentos como dormentes e trilhos, que permitem que os trens percorram o trajeto de forma rápida e segura.
Pensando no aumento da produtividade e na transportação de maiores quantidades de cargas, existe um planejamento em andamento para a construção de uma nova linha férrea na integração leste-oeste, indo de um trecho de Tocantins até a Bahia, passando por diversas cidades, e tendo como pontos de destino Figueirópolis (TO) e Ilhéus (BA).
A extensão desse trajeto será em torno de 1500 km, divididos em partes de quilometragens que serão postas a leilão. A estimativa é de que uma parte, em torno de 500 km, esteja disponível para ser leiloada ainda neste ano de 2020.
Ferroeste

O novo projeto em andamento de construção de ferrovias no Brasil visa criar uma linha que vai de Dourados (MS) até Paranaguá no estado do Paraná.
A construção dessa nova linha é de suma importância para essas regiões, uma vez que o estado do Paraná é um importante polo de agricultura para o país. Segundo dados de 2019, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção de soja no estado do Paraná atingiu a marca de 16,253 milhões de toneladas, cerca de 14% de toda a soja produzida no Brasil. Além disso, Paraná e Mato Grosso do Sul, estados que estarão interligados pela ferrovia, têm significativa importância no setor pecuário, já que possuem extensos trechos dedicados aos rebanhos.
A importância da construção de uma nova malha ferroviária nessa região se dá, principalmente, pela necessidade de modernização das estruturas ferroviárias e dos trens em si. No Paraná, atualmente, a principal forma de abastecimento de cargas é feita por caminhões, que representam cerca de 80% de todo o transporte. Esse dado é extremamente problemático, já que esse tipo de veículo é poluentes e muito menos veloz que os trens, diminuindo a eficiência do transporte.
Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste)

A Fico é um projeto de criação de malha ferroviária que está em vigência e sofre constantes modificações nos traslados. Essa ferrovia tem previsão de atingir em torno de 1600 km, servindo principalmente para o escoamento da produção de grãos nas regiões centrais do Brasil, ligando o estado de Goiânia à Rondônia.
O principal incentivo para a construção de ferrovias como essa no Brasil é a possibilidade de transporte de cargas para os portuários. A construção da Fico tem o objetivo de levar os grãos que são produzidos na região Centro-Oeste até o porto de Vilhena (RO).
Ferrogrão

Por fim, falaremos do planejamento da ferrovia Ferrogrão. A projeção abordada para essa linha é de que a sua extensão tenha algo em torno de 933 km, ligando o estado de Mato Grosso até o porto da cidade de Miritituba (PA).
Esse projeto é o mais caro entre os citados, podendo demandar de um investimento em torno de 12,7 bilhões de reais para que seja feita a construção. Por isso, a concessão dos trechos que será leiloada será mais longa, buscando atingir o valor necessário para a construção. O objetivo da linha também é permitir o escoamento da produção de grãos nos estados do Centro-Oeste do país.
Conclusão sobre investir em construção de ferrovias no Brasil
Como vimos ao longo do artigo, é importante que existam linhas ferroviárias para o escoamento de cargas nas principais regiões produtoras no Brasil, já que essa opção apresenta inúmeras vantagens em relação aos outros meios de transporte de cargas. Pudemos perceber que, depois de um longo período de recessão e esquecimento, as vias férreas estão começando a receber investimentos mais consistentes, tanto por parte de empresas privadas como pelo setor público, em diversas regiões brasileiras.
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1 comentários
É de suma importância a construção e revitalização de linhas férreas , isso é um sinal de avanço e prosperidade, mesmo que demande alguns anos para sua conclusão, isso sinalize o anseio do governo federal em modernizar seus meios de transporte em especial as nossas ferrovias .