Malha ferroviária

Transporte Ferroviário no Brasil: Qual o cenário em 2020?

O transporte ferroviário no Brasil é mais recente em comparação com outros países, sendo inaugurada em 1854 pela Imperial Companhia de estradas de ferro. Essa linha férrea tinha como objetivo ligar o Porto de Mauá, na Baía de Guanabara, a Serra da Estrela, no caminho de Petrópolis, tendo uma extensão de 14,5 km.

Logo depois da instalação dessa primeira ferrovia em solo brasileiro, passaram a surgir outras, principalmente por conta do desenvolvimento da produção cafeeira no estado de São Paulo que estava em grande desenvolvimento no final do século XIX e começo do século XX.

Geralmente, a malha ferroviária brasileira foi sendo ampliada com o capital vindo da Inglaterra. Com isso, acabavam atendendo somente o interesse oligárquico dos grupos que controlavam as produções, não tendo um planejamento básico de integração das ferrovias, o que deixou marcas no país até hoje. 

Assim, para você saber mais sobre o cenário em 2020 do transporte ferroviário no Brasil siga com a leitura do artigo. Boa leitura! 

Investimentos no transporte ferroviário no Brasil 

Investimentos no transporte ferroviário no Brasil

O ano de 2020 começou diferente quando tratamos do cenário do transporte ferroviário no Brasil. Em evento realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), na cidade de Seropédica (RJ), o Ministério de Infraestrutura anunciou uma previsão de investimentos na casa dos R$ 30 bilhões para ampliar e modernizar as ferrovias brasileiras nos próximos 5 ou 6 anos.

Em conjunto com esse aporte financeiro, o governo federal também tem estudado e trabalhado para mudar a legislação que envolve a malha ferroviária brasileira. Atualmente, o regime estabelecido no país é o da concessão pública das linhas férreas, onde o Estado transfere para uma empresa privada a execução de um serviço público, no caso a manutenção de uma ferrovia, mediante tarifa paga pelo usuário, em regime de monopólio ou não. 

Com isso, o Governo Federal planeja uma mudança legislativa que permita o regime de autorização, onde o investidor apresenta uma maior liberdade de ação em comparação às concessões. Esse modelo de regime de administração já é utilizado no setor portuário brasileiro, por exemplo. 

Nesses casos, os investidores podem ter a escolha de empreender e investir em novas obras de engenharia, tendo a propriedade da ferrovia, o benefício da perpetuidade e a liberdade para definir a tarifa da linha. Segundo especialistas do setor, esse é um método importante para quem assume risco de longo prazo e proporciona novos investimentos ferroviários. 

Além disso, essa é considerada uma estratégia que visa diminuir a dependência da malha rodoviária brasileira, que segundo estudo realizado em 2018 pela Fundação Dom Cabral, é utilizada para o escoamento de 75% da produção no país, enquanto as ferrovias representam a inexpressiva marca de 5,4%. Essa dependência ficou clara com a greve dos caminhoneiros de 2018.

Novos rumos para o transporte ferroviário no Brasil

Novos rumos para o transporte ferroviário no Brasil

Antes mesmo de 2020 começar, as ferrovias brasileiras já passavam a receber uma maior atenção. Em julho de 2019 foi assinado o contrato de concessão da ferrovia Norte-Sul, importante linha que liga Porto Nacional no Tocantins a Estrela D’Oeste em São Paulo em uma extensão total de 1.537 km. 

A empresa Rumo S.A, que vai operar o trecho pelos próximos 30 anos, arrematou o leilão pelo valor de R$ 2,7 bilhões, representando um ágio de 100% sobre o lance mínimo de R$ 1,3 bilhão. O tramo central da ferrovia já se encontra em pleno estado de funcionamento, enquanto o tramo sul ainda necessita de obras. De qualquer forma, pelas regras contratuais, a concessionária tem até 2021 para realizar as intervenções necessárias e iniciar as obras.

Estima-se que a demanda total da ferrovia, somando a carga transportada por malha própria quanto na malha de terceiros, será de 1,7 milhão de toneladas em 2020, atingindo a marca de 22,7 milhões de toneladas em 2055. Entre os principais produtos transportados estão industrializados e grãos. 

Além dessa ferrovia, mais três linhas férreas devem entrar em funcionamento nos próximos 15 anos no país. Ambas estão incluídas no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), órgão responsável pela coordenação de obras estratégicas de infraestrutura no país, ligado à Secretaria de Governo da Presidência da República. Confira quais são elas abaixo: 

Ferrogrão (EF-170)

Ferrogrão (EF-170)

Planejada com 933 quilômetros de dimensão, a Ferrogrão, é projetada para ligar a cidade de Sinop no Mato Grosso ao Porto de Miritituba no Pará, sendo uma válvula de escoamento para a produção de grãos do Centro-Oeste. É estimado que todas as obras da ferrovia sejam concluídas em até oito anos.

Por ter um investimento previsto na casa de R$ 12,7 bilhões, pela primeira vez no país, a linha férrea terá uma concessão de 65 anos, amortizando o valor investido. Além disso, a rodovia BR-163, que acompanha o traçado da Ferrogrão, deve ser concedida à iniciativa privada, em 2020, pelo prazo de dez anos.

Com isso, a projeção de carga transportada pela ferrovia é de 25 milhões a 27 milhões de toneladas de grãos atualmente, chegando a marca de mais de 45 milhões de toneladas em 2050. 

Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste)

Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste)

A Fico, Ferrovia de Integração Centro-Oeste, que por enquanto também só existe em planejamentos e estudos, é prevista para ter uma extensão de 1.641 quilômetros em bitola larga, ligando os estados de Goiás a Rondônia. A execução dessa obra seguirá um modelo diferente, sendo que o primeiro trecho construído, cerca de 380  Km, deve ficar a cargo da Vale S.A. como moeda de troca pela antecipação da renovação da concessão da Ferrovia Vitória-Minas.

Fiol (Ferrovia de Integração Leste-Oeste)

Fiol (Ferrovia de Integração Leste-Oeste)

Uma terceira ferrovia projetada para ampliar o transporte ferroviário no Brasil é a chamada Fiol, Ferrovia de Integração Leste-Oeste. O projeto prevê que a linha tenha 1.527 quilômetros de extensão em bitola larga, interligando os estados da Bahia e do Tocantins. A concessão do primeiro trecho da ferrovia, de pouco mais de 500 quilômetros, deve ir para leilão ainda em 2020.  

Outras duas partes do trajeto estão sendo desenvolvidos pela estatal Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A. 

Conclusão 

De uma forma geral, é perceptível a mudança nos níveis de investimento no transporte ferroviário no Brasil, sendo essa uma excelente alternativa para o transporte de cargas no país. Para saber mais sobre o cenário das ferrovias no Brasil e como escolher a melhor balança ferroviária clique aqui e fale com um de nossos especialistas. 
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