Setor Ferroviário

Quais são as Patologias e Problemas nas ferrovias?

Se você fizer uma rápida consulta na internet, encontra a definição de “patologia” como: “desvio em relação ao que é próprio ou adequado, ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial”. No setor medicinal, patologia é definido como “qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou que a caracterize”.O setor ferroviário também está totalmente suscetível a sofrer com patologias e problemas nas ferrovias.
Isso se dá, principalmente, pela alta tensão e pelo atrito das rodas do trem, que realizam movimentações intensas e constantes nos trilhos ferroviários. A patologia ferroviária se refere essencialmente aos problemas e desgastes que os trilhos de uma ferrovia sofrem ao longo do tempo por conta das movimentações incessantes. Você pode entender um pouco mais sobre os tipos de desgastes e como eles ocorrem clicando aqui.

As principais patologias e problemas nas ferrovias são causadas pela falta de manutenção efetiva nos materiais dos trilhos, que ao longo do tempo vão se desgastando, sofrendo fraturas e, por vezes, perdendo a sua funcionalidade. No século passado, durante um bom tempo o uso das ferrovias foi aos poucos sendo substituído pelo uso do setor rodoviário. Essa troca implicou na falta de investimentos, no abandono de diversas malhas ferroviárias e, consequentemente, no completo desgaste das estruturas que compõe a linha férrea.

Nos últimos anos, porém, os leilões ferroviários passaram a acontecer com maior frequência, muitas linhas ferroviárias foram concessionadas e já estão recebendo investimentos em suas infraestruturas e expansão em suas quilometragens. Uma boa organização, execução de manutenções e cuidados gerais com a linha são essenciais para garantir o pleno funcionamento da malha ferroviária, permitindo que os trens possam circular sem que ocorram problemas em sua estrutura. 

São pequenos detalhes que compõe a gama de patologias e problemas nas ferrovias, mas que são o suficiente para que o processo de movimentação dos trens seja totalmente prejudicado. A seguir, apontaremos alguns defeitos que podem ocorrer com os trilhos e as composições de uma linha férrea. Apontaremos também como eles podem ser  eliminados, a fim de garantir o pleno funcionamento do trânsito ferroviário.

Índice do Conteúdo

Patologias e Problemas nas ferrovias

Alinhamento

Quais são as Patologias e Problemas nas ferrovias?

Os trens, durante seus percursos, encontram partes retilíneas e curvas. Por isso, é fundamental que a composição da linha férrea esteja alinhada em suas extremidades e no ponto de intersecção dos trilhos. Quando ocorre o desalinhamento da estrutura, os trens sofrem mais dificuldades para percorrer seu trajeto, o que implica em uma série de problemas, como a diminuição da velocidade, perda de tempo no percurso e diminuição da quantidade de cargas e de trens circulantes. 

Alargamento de Bitola 

Alargamento de Bitola

Por definição, a bitola é a medida do distanciamento das duas extremidades de um trilho que formam um percurso. Os trilhos são posicionados um seguido do outro, formando uma reta de trilhagem, e ao lado é posicionada mais uma composição de trilhos, permitindo que as rodas dos trens passem pela estrutura do trilho para se movimentar.

Existem medidas apropriadas para o tamanho da bitola, de acordo com o tamanho da distância das rodas laterais de um trem. A ocorrência de alargamento da bitola é uma das patologias e problemas nas ferrovias que podem ocorrer por uma série de fatores como desgaste nos dormentes, desgaste do boleto do trilho e entre outros.

Como você pode perceber na figura abaixo, o alongamento da bitola causa uma anomalia na extensão da linha ferroviária, podendo ser totalmente prejudicial para a trajetória do trem, que não foi construído para essa nova extensão do tamanho da bitola. 

Estreitamento da Bitola  

Estreitamento da Bitola

Assim como alongar o espaço da bitola é prejudicial, o contrário também o é. Os cálculos são realizados para atender ao tamanho do trem e qualquer tipo de mudança no tamanho da bitola é prejudicial. 

Quando há o estreitamento da bitola, que é a diminuição do comprimento dessa área, os trens também não estão aptos a percorrer sobre essas novas medidas. Por isso, é imprescindível que as empresas realizem os procedimentos necessários e desenvolvam sistemas de manutenção nessas áreas defeituosas, evitando quaisquer tipos de problemas nocivos aos veículos transportadores. 

Torção

É preciso que você, leitor, entenda que a construção e a instalação dos trilhos é feita por conta da realização de inúmeros cálculos que visam construir uma linha ferroviária simétrica e nivelada. Pequenos componentes que estejam fora do lugar ou, então, que façam com que o trilho esteja desnivelado são o suficiente para que o trajeto se torne perigoso para os trens.

Em muitas ferrovias os trilhos passam por um processo de soldagem, para que eles formem um material único e extenso, facilitando a locomoção do veículo e diminuindo alguns riscos no trajeto. Mas, quando ocorre uma anomalia nessa estrutura e uma das partes fica desnivelada, ocorre o chamado processo de torção do trilho, em que uma parte do material fica mais elevada em relação a um ponto subsequente. Essas patologias e problemas nas ferrovias podem ser as causas de tombamento e descarrilamento de trens, que são o momento em que os vagões se deslocam um do outro e se perdem do restante da composição do trem.

Nivelamentos

As torções são um tipo específico de mudança no nivelamento de forma inclinada que pende para cima. Mas, existem outras patologias e problemas nas ferrovias que são acometidas por mudanças no nível adequado da posição de um trilho ferroviário.

Esse desnivelamento pode ser, por exemplo, longitudinal, onde a estrutura pende para baixo, causando um efeito de “buraco”. Essa é outra anomalia importante que deve ser tratada de maneira adequada para que não perturbe o correto funcionamento do trem. Esse desnível também pode causar problemas como trombos e descarrilamento dos vagões dos trens.

Problemas nos trilhos

Problemas nos trilhos

Por fim, precisamos citar os problemas que ocorrem efetivamente nas estruturas de uma peça de trilho. A composição de um trilho ferroviário é formada por três partes principais: boletos (superior), alma (ponto de conexão) e patins (inferior).

As patologias e problemas nas ferrovias que ocorrem efetivamente nas estruturas dos trens costumam ser visíveis principalmente nos boletos, já que são as partes que têm contato direto com as rodas dos trens. Podem ocorrer trincas das mais variadas formas, que prejudicam a estrutura e se tornam aparente ao longo do tempo em que as movimentações dos trens são constantes nos trilhos. Também podem ocorrer problemas como a quebra e a separação dos patins com os boletos, ou seja, a alma sofre com trincas e fraturas, comprometendo toda a composição. 

Conclusão

Percebemos ao longo do artigo a variedade de patologias e problemas nas ferrovias que podem ocorrer caso os cuidados necessários não sejam levados a sério. O abastecimento e o transporte realizado pelas linhas ferroviárias são extremamente importantes para a economia e para a sustentação de vários municípios. Portanto, é imprescindível que as manutenções sejam realizadas com frequência e de maneira adequada, a fim de garantir que os trens possam percorrer as extensões das linhas férreas de maneira segura. 

Fontes complementares:
https://journals.openedition.org/spp/1568

https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/conheca-principais-defeitos-pavimento

https://servicos.unitoledo.br/repositorio/bitstream/7574/2179/1/–PATOLOGIAS%20%20EM%20PAVIMENTO%20FLEX%C3%8DVEL.pdf

https://www.confea.org.br/sites/default/files/antigos/contecc2018/civil/147_ldmpinpmfnmdc.pdf

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