
O que são os corredores logísticos estratégicos
As ferrovias e a indústria siderúrgica sempre estiveram lado a lado no Brasil. Desde a fundação das primeiras estações ferroviárias no Brasil, sempre houve a utilização desse setor de transporte para levar e trazer carga mineral. Não se limitando à época em que foram fundadas, as ferrovias até hoje transportam carga, porém não na mesma intensidade. É possível que a resposta para trazer de volta essa forte relação entre as ferrovias e a indústria siderúrgica seja os corredores logísticos estratégicos.
Tendência cada vez maior no Brasil e em países de grande extensão, os corredores logísticos estratégicos apresentam não só uma alternativa de distribuição para as ferrovias, como também para todos os outros setores de transporte.
Índice do Conteúdo
O que são os corredores logísticos?

Os corredores logísticos estratégicos fazem parte de um projeto de distribuição de carga. No Brasil, as principais cargas são minério de ferro, soja, milho, e combustíveis. Para que essas cargas possam então serem transportadas com maior eficiência, os corredores logísticos estratégicos tem como objetivo algumas orientações, sendo elas uma existência variada de corredores de exportação e transporte, rotas modais e multimodais que permitem movimentos ou fluxos de carga que permitem a elas saírem e entrarem da influência geral, e principalmente lugares onde é possível existir o negócio através da constituição de mercado produtor e consumidor e investimentos em geral.
Ou seja, os corredores logísticos estratégicos possuem um mapa, um fluxo e algumas necessidades, e através das ferrovias seria possível a concretização disso por meio de corredores de exportação. As ferrovias, no caso, seriam ideais, pois por já terem o histórico de transporte dessas cargas pode com facilidade continuar a fazer isso em terrenos virgens e livres de obstáculos.
Corredores logísticos do minério de ferro

Os corredores logísticos estratégicos de minério de ferro são um caso à parte quando se trata de analisar o transporte de carga no Brasil. É preciso, como em cada caso, analisar o mapeamento dele primeiro, que se dá nessa situação através de um sistema estabelecido de corredores de exportação e importação.
O mapeamento desse minério atualmente se dá através de três fluxos de exportação que são Norte-Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste, e três fluxos de importação que são Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste-Sul e Litorâneo. O mapeamento se dá através das principais áreas de produção de minério, e tende a contornar essas áreas.
Já os fluxos foram determinados a partir da localização dos pontos de origem e destino determinados pelo mapeamento. No consumo interno as mineradoras fornecem minério de ferro e as siderúrgicas independentes fornecem ferro gusa, enquanto estas últimas recebem minério, as siderúrgicas integradas recebem minério de ferro e ferro gusa.
Para que esse plano seja seguido, é necessário as seguintes necessidades dentro do setor ferroviário de transporte: recuperação da infraestrutura, tratamento de conflitos ferroviários urbanos, renovação das concessões, implantação ou melhoramento do sistema de sinalização.
Corredores da soja e milho

Os corredores logísticos estratégicos da soja e milho também são um caso separado. Seu mapeamento é completamente diferente do mapeamento do minério de ferro, e se dá através da seguinte relação.
Para fluxos de exportação, existem nove corredores: Norte – Eixo Madeira, Norte – Tapajós, Norte – Eixo Tocantins, Nordeste – Eixo São Luís, Nordeste – Eixo Salvador, Sudeste – Eixo Vitória, Sudeste – Eixo Santos, Sul – Eixo Paranaguá e Sul – Eixo Rio Grande. Para fluxos de abastecimento interno existem quatro corredores: Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. Ao contrário do minério de ferro que possui corredores mais ao litoral do país, esse mapeamento da soja e milho correspondem mais ao eixo central do mapa brasileiro.
Os fluxos foram determinados de acordo com base em algumas premissas iniciais, que passaram a ser otimizadas, considerando sempre as rações animais que são o principal mercado do milho e da soja, e lugares na qual estavam em falta ou em excesso tal commodity.
Quanto às necessidades, a principal é o investimento no setor de transportes em geral, seja para uma reavaliação na infraestrutura e admissão de novos meios como as ferrovias, como também a reforma de setores e rotas velhas pelo Brasil.
Corredores logísticos estratégicos de combustíveis e cana de açúcar

A gasolina, o diesel e o etanol (ou cana de açúcar) possuem corredores logísticos estratégicos similares no Brasil. Seus corredores de exportação possuem um fluxo similar nas áreas: Noroeste, Sudeste e Sul. Com o etanol possuindo de diferente os corredores Norte e Nordeste, e a gasolina e o diesel possuindo os corredores Amazônico, Centro-Sul, Nordeste Setentrional e Nordeste Meridional.
Quanto aos fluxos, focando nos locais onde o consumo é maior, a gasolina e o diesel possuem rotas mais ativas nas regiões Sul e Sudeste. Já o etanol, o consumo maior é na região Sudeste, sendo abastecido principalmente pela região Centro-Oeste.
As necessidades da cana de açúcar e do combustível a longo prazo se diferem um pouco dos outros produtos. Com base em uma análise das rodovias e do estado atual do transporte rodoviário, talvez os corredores logísticos estratégicos sejam mais adequados para tais materiais através do financiamento do setor ferroviário e no investimento em infraestrutura para esse setor.
Conclusão
Em conclusão, os corredores logísticos estratégicos demonstram ser uma possibilidade de integração em múltiplos sentidos dentro da infraestrutura brasileira. Ele pode ser tanto a resposta para o alinhamento novamente do setor ferroviário com o transporte de cargas no Brasil, como também uma maneira de incentivar novos fluxos de comércio, aumentando também os antigos centros comerciais, e expandindo e evoluindo os setores de transporte em um geral no país.
Fontes:
https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/politica-e-planejamento/politica-e-planejamento/cle
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corredor_de_exporta%C3%A7%C3%A3o