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Descubra quais ferrovias tem ligação com o Complexo Portuário de Tubarão

Um dos menores estados do Brasil, o Espírito Santo é um grande exportador de minério de ferro do nosso país. Com mais de 50% de sua pauta de exportação oriunda do produto, o Estado se destaca nacionalmente com toneladas e toneladas de minério exportado. O principal local de saída do minério é o Complexo Portuário de Tubarão, localizado em Vitória.

Capital do estado, Vitória é somente a quarta cidade mais populosa do estado, atrás de Cariacica, Serra e Vila Velha. Com pouco mais de 360 mil habitantes no município em si, a região chamada de “Grande Vitória” possui cerca de 2 milhões de pessoas. Dentro da cidade, mais especificamente na parte continental, está localizado o Complexo Portuário de Tubarão, um dos maiores exportadores de minério de ferro e pelotas do planeta.

Contaremos um pouco mais sobre a rica história do local, que tem mais de 50 anos de história, além de contar quais ferrovias possuem ligação com o complexo. 

História do Complexo Portuário de Tubarão 

máquinas em área de extração de minérios

Inaugurado em 1966, o Complexo Portuário de Tubarão foi um dos complexos portuários mais modernos na época em que foi construído. Em 1962, a até então Companhia Vale do Rio Doce iniciou a sua construção. Na época, ele foi projetado para receber navios de tamanhos que nem existiam na década de 60. 

Como fica localizado em um local de escoamento estratégico, o Complexo Portuário de Tubarão está na região mais rica do país (Sudeste). Quando foi projetado por Eliezer Batista, antigo engenheiro e presidente da Vale, talvez não esperasse que o local se tornasse uma área operacional tão grande. Unindo ferrovia, pelotização e porto, o local é responsável por aproximadamente um terço da exportação de minério de ferro da Vale. Isto é, uma quantia considerável. 

Nos dias atuais, a área possui 14 quilômetros quadrados. Além do porto, o complexo conta com oito usinas de pelotização (que transformam o minério de ferro em pequenas bolinhas usadas na fabricação do aço) e com o Centro de Controle Operacional (CCO) da ferrovia Vitória-Minas. Isto é, o Complexo Portuário de Tubarão é bastante completo. 

Como obteve sucesso e ampla visibilidade, sua construção atraiu muitas empresas estrangeiras para o Brasil. Dessa forma, o complexo se tornou fundamental para a economia da região. Atualmente, só para se ter uma ideia, são 64 mil empregos diretos e indiretos gerados pelo complexo. 

Por fim, além de se destacar no transporte de minério de ferro, o Porto de Tubarão também é um importante canal de escoamento de grãos, carvão e fertilizantes. Até por isso, existe uma ferrovia interligada no complexo. 

Ferrovia Vitória-Minas

cidade de minas gerais

A Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) teve sua construção iniciada em 1904. Lá atrás, seu principal objetivo já era ligar o estado de Minas Gerais ao oceano.

Entretanto, como Minas Gerais não conta com costa litorânea, fazer esse escoamento seria muito mais fácil através do transporte ferroviário. Com as obras se estendendo por um bom tempo, a ferrovia só alcançou a capital mineira em 1994, mas sempre foi importantíssima não só no escoamento de minério, mas no transporte de aço, carvão, celulose, contêineres, produtos agrícolas, madeira, etc. 

Saindo de Minas Gerais e indo até o Complexo Portuário de Tubarão, a Vale S.A conseguiu a concessão da ferrovia em 1997. Nos últimos anos, a empresa vem investindo em muitas melhorias no complexo. Em 2021, por exemplo, o local recebeu o primeiro navio navio mineraleiro do mundo com velas rotativas, responsável pelas rotas Brasil-China e Brasil-Ásia. Até 2025, a expectativa é que a Vale S.A invista R$2,4 bilhões apenas na área portuária.

Trechos entre Vitória-Rio

ferrovias do complexo portuário de tubarão

É interessante ressaltarmos também que, desde que passou a ser administrada pela Vale S.A a ferrovia Vitória-Minas recebeu algumas melhorias. Dito isso, a empresa deve realizar um investimento de cerca de R$1 bilhão em um novo trecho da ferrovia, que passará por 10 cidades capixabas e desembocará em Anchieta, no sul do estado.

Além de ampliar ainda mais a exportação da região, o projeto deve criar cerca de 5 mil empregos para a população da região. Isso sem falar que, com uma malha ferroviária maior na região, a tendência é que a competitividade do transporte na região aumente e haja melhor integração logística. Tudo isso desembocando no Complexo Portuário de Tubarão.

Vale lembrar que existe o projeto para que a ferrovia chegue no futuro Porto Central, em Presidente Kennedy.  Para quem não conhece a cidade, Presidente Kennedy fica quase na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Isto é, seria uma importante ligação com o estado Fluminense. Entretanto, esse trecho ainda não tem nem projeto básico de engenharia definido. 

Antes disso, é importante lembrarmos que a concessão da ferrovia Vitória-Minas com o Vale S.A vai somente até o final de 2026, ou seja, precisará ser renovada. Já no trecho que vai da estrada de Ferro Vitória-Minas até Anchieta, a Vale só está aguardando a liberação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para iniciar as obras. A expectativa é que estas comecem até 2024 e durem de quatro a cinco anos. 

Vale lembrar que, por estar inserida no Espírito Santo, a Vale possui algumas atrações no estado, como o Museu Vale, o Parque Botânico Vale, a Reserva Natural Vale, o Trem de Passageiros e a Estação Conhecimento na Serra. Tudo isso para enriquecer o estado culturalmente.

Conclusão: Complexo Portuário de Tubarão

Dessa forma, conseguimos perceber a importância do Complexo Portuário de Tubarão não só para a economia do estado, mas também para todo o Brasil. Somente o Complexo é responsável por cerca de 13% do PIB (Produto Interno Bruto) do estado. 

Além disso, como está em uma rota muito utilizada ao longo de toda a história do Brasil, a riqueza cultural da ferrovia Vitória-Minas, por exemplo, faz parte do patrimônio nacional. Até por isso, como o Brasil vem voltando a investir em ferrovias, já que é o transporte mais barato e menos poluente, a expectativa é que o trecho que ligará o Complexo a Presidente Kennedy saia do papel e faça a região crescer ainda mais. 

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