História das ferrovias no brasil
A história das ferrovias no brasil é muito rica e movida por diversas reviravoltas. Desde a implementação da primeira ferrovia no país, esse setor passou por inúmeras mudanças, tanto positivas como crescimento e desenvolvimento até problemas estruturais que levaram ao abandono. Mas, recentemente, houve uma retomada nos investimentos.
Para iniciar efetivamente a nossa discussão, precisamos passar para vocês as primeiras ferrovias construídas. As construções ferroviárias brasileiras se iniciaram ainda no século XIX, quando o país ainda era uma nação imperial e escravista, e não dava nem indícios do modelo governamental dos dias de hoje.
Portanto, a história das ferrovias no brasil se inicia com a construção da primeira via férrea, a Estrada de Ferro de Mauá, inaugurada no ano de 1854 pelo então imperador Dom Pedro II. Apesar da inauguração ser feita pelo imperador, a idealização do projeto e a efetivação da obra foram realizadas por Irineu Evangelista de Souza, futuro Barão de Mauá.
A obra foi erguida no estado do Rio de Janeiro, até então capital do Brasil. A Estrada de Ferro Mauá tinha uma extensão de 14,5 km, muito inferior à quilometragem das ferrovias atuais. O objetivo principal da estrada era o abastecimento dos portos cariocas com o principal item de extração da economia na época, o ouro. A linha saía da cidade do Rio de Janeiro e chegava até Petrópolis, ambas cidades situadas no estado do Rio.
A partir da criação dessa primeira linha ferroviária, a história das ferrovias no brasil começou a conquistar novas áreas. Novos investimentos passaram a ser feitos nesse setor, já que os governos perceberam que essa era uma tendência de desenvolvimento no mundo todo e, portanto, era necessário que o Brasil também se adequasse. Por isso, passaremos agora a abordar as principais ferrovias que foram sendo construídas, falaremos de marcos históricos do setor e como estão as linhas ferroviárias no país atualmente.
Índice do Conteúdo
Processos subsequentes
No site da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), principal associação brasileira que estuda e apresenta dados acerca das ferrovias brasileiras, podemos encontrar uma linha cronológica que marca os principais acontecimentos sobre a história das ferrovias no brasil.
Após a construção da primeira ferrovia no Brasil, os processos nos setores ferroviários se desenvolveram cada vez mais. Os investimentos passaram a ser encorajados pelo governo vigente que buscava, inclusive, capital estrangeiro para financiar os projetos. A segunda ferrovia brasileira, a Recife and São Francisco Railway Company, montada no estado do Pernambuco, foi exemplo de estruturada beneficiada com investimentos vindos de empreendedores ingleses.
A estação foi inaugurada e teve suas atividades iniciadas no ano de 1858, o que foi um fato bastante marcante para a história das ferrovias no brasil. A estrada contava com um pouco mais de 30 km de extensão, mais precisamente 31,5 km.
O estado de São Paulo também foi outro beneficiado por investimentos estrangeiros. A primeira ferrovia do estado, a São Paulo Railway Company (SPR), que ligava o porto de Santos, principal porto do país até os dias atuais, até Jundiaí, continha cerca de 159 km de extensão e foi possibilitada também pelo investimento inglês no setor.
História das ferrovias no brasil: Século XX
Depois que foram implementadas as primeiras linhas ferroviárias brasileiras, a história das ferrovias no brasil começou a acompanhar os processos que ocorriam nos governos brasileiros. O final do século XIX foi um importante momento da história brasileira, já que foi nesse período que as práticas de produção tiveram que ser modificadas. A escravidão foi abolida e o Brasil passou de um governo imperial para um governo republicano.
Com essas mudanças ocorridas na forma de governo e, também, nos meios de produção, os principais produtos de exportação se modificaram. No início do século XX, o café era o principal produto econômico brasileiro, e rendia muitos frutos ao país. Por isso, esse é outro período em que a história das ferrovias no brasil ganhou um novo contorno.
Durante esse período, no início do século XX, em que o café estava totalmente em alta, era necessário expandir a malha ferroviária para que esse produto chegasse aos portos para exportação. Além disso, por conta da política da imigração fortemente instaurada nesse período brasileiro, era uma ótima possibilidade de empregar os trabalhadores estrangeiros. Dessa forma, esse período foi um dos mais marcantes no desenvolvimento da história das ferrovias no brasil, já que o país atingiu grandes números na extensão da malha ferroviária.
Declínio e abandono
Após esse período, o mundo passou por constantes conflitos internacionais. As duas grandes guerras mundiais, que aconteceram em 1914-1918 e 1939-1945, afetaram diretamente os investimentos que os países deveriam priorizar. No Brasil, isso não foi diferente. O país alcançou um grande número da expansão da quilometragem até meados dos anos de 1919, onde a malha ferroviária tinha 28.128 quilômetros de extensão.
A partir dos anos 1930, marcado pelo primeiro mandato de Getúlio Vargas, é que a história das ferrovias no brasil começou um longo período de estagnação. O então presidente do país passou a priorizar fortemente os investimentos nas linhas rodoviárias brasileiras, fazendo com que esse se tornasse o principal setor de transporte de cargas.
Dessa forma, as ferrovias ficaram um grande período sem muitos investimentos, impedindo sua expansão. Esse panorama só foi modificado nos anos 60, durante o governo de Juscelino Kubitschek. As ferrovias tiveram seu auge em quilometragem durante esse breve período. Após o governo de Juscelino, logo veio a época dos governos militares, e a expansão voltou a cair, inclusive declinando. Até o fim do período de governo militar, o cenário não se modificou, e muitas ferrovias acabaram sendo abandonadas e sucateadas, enquanto o setor rodoviário era ampliado e se tornava bastante superior ao ferroviário.
Programa de desestatização
A história das ferrovias no brasil só voltou a tomar novos rumos nos anos 90, após o governo da época anunciar um programa de desestatização das malhas ferroviárias, tornando as linhas público-privadas e cedendo o controle das operações das linhas para o setor privado através de concessões.
Esse foi um importante marco para que novas mudanças ocorressem no setor, já que possibilitou que a iniciativa privada passasse a ter mais autonomia nas linhas e, consequentemente, ter uma boa oportunidade de investimentos no setor.
Atualmente, todas as vias vigentes no transporte de cargas são concessionadas. Várias empresas de logística, como a Vale, a VRS Logística, a VLI Logística e a empresa Rumo detêm as principais ferrovias brasileiras. São 13 linhas presentes na composição da malha ferroviária do país, com 30.485 km de extensão, maior número alcançado desde a grande expansão do setor nos anos 60.
Podemos perceber também que os investimentos estão crescendo, tanto dos governos como da iniciativa privada. A previsão para os próximos anos é que sejam feitos alguns novos investimentos, tanto para a criação de novas linhas como para a melhoria de vias já existentes. O valor supera a casa dos bilhões e, dessa forma, as linhas ferroviárias voltam a ter grande importância no transporte de cargas e abastecimento dos portos nacionais.
Conclusão da História das ferrovias no brasil
Conseguimos ver ao longo do texto a importância que o setor ferroviário teve para o desenvolvimento do Brasil, acompanhando as mudanças que ocorriam no país. Infelizmente, o setor ferroviário passou por um período de escassez no crescimento, mas esse cenário se modificou nos últimos anos e pudemos ver que ainda teremos muito o que contar sobre a história das ferrovias no brasil.
Fontes: http://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias-historia/1907-CIB/EF-Recife-ao-Sao-Francisco.shtml
https://portogente.com.br/portopedia/109992-ferrovias-brasileiras-conheca-fatos-historicos-curiosos
